domingo, novembro 21

Cearense Juliana Farias volta a competir no Wind Brasil







Velejadora casou, teve filho e ficou dois anos sem participar de campeonatos

Trairi (CE) - O Wind Brasil - Campeonato Mundial de Slalom, que termina neste domingo, na praia de Flecheiras, marca a volta da cearense Juliana Farias Shelef às competições. Ela tem 32 anos e ficou ausente do esporte durante dois anos, período em que ficou grávida e deu à luz a Yan, um garotinho esperto com 8 meses e meio, que se transformou no mascote da competição.

"Não é fácil se dividir entre as regatas e o menino. Mas, ao mesmo tempo, ele me acalma antes de ir para a água, pois o amamento, dou um abraço nele, e depois vou competir mais tranqüila", contou Juliana, que é irmã de outras duas velejadoras de renome no windsurf cearense, Ivana e Karla.

Juliana é casada com um windsurfista profissional, o israelense Eyal Shelef, e fez questão de avisar que Yan tem o significado de mar em hebreu. Ela mora em Tel-Aviv, em Israel, há dois anos, e contou que costuma treinar no Mar Mediterrâneo e no Mar da Galileia. "Lá não é tão bom como o Ceará, que é um dos melhores lugares do mundo para velejar. Por isso, quero voltar logo para casa. Estou esperando apenas meu marido encerrar um projeto", disse.

Juliana conheceu Eyal em uma competição no Havaí, em 2003.Três anos depois mudou para a paradisíaca ilha, onde ficou mais três anos. Casou e mudou para Israel.

A atleta lembrou de seus primeiros passos no windsurf, quando as três irmãs foram para Jericoacoara, no Litoral Oeste do Ceará, e se encantaram com as velas coloridas e os movimentos das pranchas. Ao chegarem em Fortaleza, a irmã mais nova pediu para o pai, Luis Carlos, para praticar a modalidade. Ele respondeu que só deixaria se as três filhas fossem juntas.

Ivana insistiu tanto com as irmãs, que elas aceitaram o pedido e começaram a treinar em uma escola do esporte próxima de onde moravam. Não largaram mais o windsurf, mesmo não deixando de lado os estudos. Juliana, como Karla, é dentista. Ivana, arquiteta. "A Odontologia é uma profissão, mas o que me deixa feliz é estar dentro do mar", afirmou, com um sorriso que deixa claro a alegria de estar de volta às competições.

Atleta veleja há 13 anos - Juliana começou a velejar aos 19 anos nas modalidades slalom, freestyle e wave. Em 2002 foi vice-campeã brasileira slalom. Três anos depois venceu o Brasileiro de Freestyle, temporada que correu o circuito profissional da PWA (Professional Windsurf Association) e terminou em 17º em duas modalidades, wave e no freestyle.

Em 2006 mudou para o Havaí e no seguinte desenvolveu um projeto inovador de vela chamado Butterfly, ao lado da havaiana Tatiana Howard. O evento para mulheres reunia velejadoras de kitesurf, windsurf e stand-up padle. "Fizemos o evento no Havaí, em 2007 e 2008. Exportamos para o Brasil (2007 e 2008), Alemanha e Israel em 2009", contou Juliana. Nessa época, em 2008, foi terceira colocada no sul-americano de slalom e campeã brasileira de wave.

Justamente por não disputar um campeonato há quase dois anos, Juliana preferiu não fazer um prognóstico de sua performance no Mundial de Slalom. "Nunca competi com a francesa (Alice Arutkin) e com a Ana Sofia. Com a Mônica Veras, competi bastante e sempre fomos adversárias diretas, com ela ganhando uma e eu outra nas disputas que tivemos", avisou.

"Quero um lugar no pódio aqui em Flecheiras, pois preciso de resultados para pleitear a Bolsa Atleta (programa de incentivo aos competidores de alto rendimento mantido pelo Governo do Estado do Ceará) que perdi em 2009 por causa da gravidez", declarou Juliana, enquanto amamentava o pequeno Yan, ajudada por Antonieta, que exercia com ar de satisfação o papel de "mãe e avó coruja".

O garotinho transformou-se na sensação da sede do Mundial, o hotel Solar das Flecheiras. Ele troca de colo sem estranhar ninguém e está sempre sorridente e brincando. Enquanto a mãe arruma sua prancha para voltar para o mar, Yan engatinha sobre a vela todo feliz.

Depois de quatro dias de competição e oito séries de 8 baterias cada, Juliana está em terceiro lugar. A liderança é da francesa Alice Arutkin, seguida da outra cearense, Monica Veras. Em quarto está a gaúcha Ana Sofia Cardoso e em quinto Letícia Hoff, também do Ceará.

Trinta e dois atletas da Austrália, França, Portugal, Grã-Bretanha, Espanha, Turquia, Croácia e Brasil participam da disputa masculina e cinco da Feminina do Mundial de Slalom, que distribui um total de U$ 30 mil (cerca de R$ 54 mil) e definirá os campeões do mundo das categorias Sênior (principal), Feminina, Júnior e Máster.

O Wind Brasil 2010 - Campeonato Mundial de Slalom, válido para a definição do ranking da International Funboard Class Association (IFCA), é um evento oficial da International Windsurfing Association (IWA) e da International Sailing Federation (ISAF), com a realização da Arrow Marketing e apoio do Governo do Estado do Ceará, Hotel Solar das Flecheiras, Associação Brasileira de Windsurf (ABWS) e Confederaçao Brasileira de Vela e Motor (CBVM).

Atenção - Estão disponíveis os vídeos dos dois primeiros dias do Mundial de Slalom:
Dia 1 - duração 2min24s - http://vimeo.com/16967906
Dia 2 - duração 3min14s - http://vimeo.com/16988072

Mais informações nos sites - www.windbrasil.com
e www.hotelsolardasflecheiras.com.br

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Roberto Pierantoni - MTb.: 18.194
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