domingo, abril 25

Maior Pororoca Registrada até hoje!

















Maior Pororoca Registrada até hoje! Texto e fotos Denis Sarmanho

Irei novamente me embrenhar no meio das matas na próxima semana em busca de novas imagens das ondas selvagem da pororoca que acontecem neste lado do planeta, mais antes disso deixo para vocês o registro feito por minhas lentes da maior onda de pororoca fotografada na foz do Araguari, no estado do Amapá.

Consultei todos os profissionais do surf, que ao longo de mais de dez anos deslocam-se para esta região e monitoram e surfam neste magnífico fenômeno da Amazônia, e todos foram unânimes em afirmar que jamais tinham visto uma onda desta magnitude quebrar deste tamanho e nestas proporções, com o rio ganhando vida e gerando esta, que talvez seja, a maior manifestação da natureza envolvendo o esporte surf em todo o planeta.

Rick Werneck, desbravador da onda e um dos maiores fotógrafos e videomakers do fenômeno, me confidenciou que todos este anos fotografando e surfando em ondas de pororocas, jamais ter visto uma onda deste tamanho no Araguari.

- Certamente a maior que eu já vi, pena que eu não estava lá. Gostaria muito de ter visto essa morra. Abraços. (Rick Werneck por email)

Sérgio Laus- Recordista que permaneceu surfando o maior percurso da onda no Guinees Book e atualmente é o surfista que mais explora e surfa nesta parte do planeta também me disse sua opinião. Serginho com é mais conhecido por nós, estava presente e viu a onda, pilotando seu flex boat novinho em folha, e é ele quem aparece na primeira foto. da matéria Conversando com Serginho logo depois da passagem desta onda, na casa do Zeca (o melhor piloto da face da terra na pororoca do Araguari) Serginho disse:

- Foi a maior pororoca que eu já presenciei até hoje, sem dúvida estáafoi a maior onda de pororoca que eu vi quebrar aqui na foz do Araguari nestes dez anos vindo surfar e registrar esta onda. (Sérgio Laus)

Noélio Sobrinho é outro grande surfista de pororoca. Preside a maior entidade de eventos radicais neste tipo de onda, a ABRASPO, e também estava presente conosco na ocasião do feito e viu com os próprios olhos está onda vindo em sua direção.

- Estava muito grande, nunca tinha visto nada igual, venho fazer eventos aqui e surfar todos os anos, já vi ondas muito grandes aqui, mais está foi sem dúvida a maior e mais sinistra onda que eu já vi quebrar aqui. Estou muito emocionado e arrepiado, vou me lembrar dessa onda pro resto da minha vida. (Noélio sobrinho).

No segundo dia Noélio foi o único que domou está mesma sessão da onda, e eu filmei com uma camêra a prova d'àgua este feito inédito. Sérgio Laus comentou depois, a onda surfada pelo Noélio e disse que o cara tinha sido um verdadeiro "faixa preta" surfando aquela onda. Daí surgiu o nome da matéria do Laus no site Waves.

Márcio Vahia é um dos paraenses que julga as etapas da ABRASPO no circuito da pororoca, e foi outro que veio na trip. Márcio mora em Belém, é veterinário, possui uma fazenda no estado do Amapá, onde cria búfalos na região. Todos os anos Márcio também se desloca para surfar a pororoca do Araguari, depois que a onda foi descoberta.

- Muito grande, impressionante o tamanho desta onda, vi esta onda de longe e vi que ela estava muito grande, fui um dos primeiros a pular e tentar surfar no canto esquerdo da margem, onde ela vem menor, porém muito mais perigosa, estava fora do raio de ação do Denis, que estava fotografando tudo que acontecia no meio do rio. Foi coisa de louco, essa foi a maior onda que eu já vi na minha vida, não só aqui na pororoca do Araguari, mais aqui no Brasil também, já fui surfar em todos os lugares do Brasil e nunca tinha visto uma onda tão grande e perigosa, sei que deve existir, mais igual a essa só aqui mesmo. (Márcio Vahia).

Luís Gemaque é outro paraense que já está a mais de vinte anos morando em Macapá. Luisinho aprendeu a surfar praticamente na pororoca. Luisinho se especializou em colocar, e resgatar os surfistas da pororoca do Araguari, desde que começaram a haver surf trips para surfar esta onda. Hoje é considerado o melhor piloto de 'jet' na região, junto com o Márcio Pinheiro. Lusinho esta presente praticamente em todas as luas surfando o fenômeno do Araguari.

- Cara, foi a maior pororoca que eu já vi rolar aqui, sem sombra de dúvida, toda a galera esta com o coração batendo forte até agora, nem tenho palavras para descrever a sensação de medo misturado com Adrenalina, na hora em que eu estava na frente daquela onda. Foi a maior que eu vi nestes anos todos surfando aqui com toda a certeza. Já vi pororoca gigante aqui, mais como essa daí eu nunca vi. (Luisinho Gemaque)

Meu amigo de longa data, que já me colocou nas melhores e mais longas ondas que já peguei na vida e foi quem proporcionou eu ter feito todos estes cliques, o piloto de voadeira Francisco Pinheiro foi enfático em afirmar ainda dentro da voadeira, quando eu estava registrando tudo para o CRAUD, que está foi a maior onda que ele já viu em toda a história do surfe na pororoca. Chico junto com Luisinho Gemaque são os profissionais mais antigos do Amapá, com exceção do Zeca que mora na frente da onda, que estão aptos a pilotar jets e voadeiras no Araguari em busca da onda.

- Denis, eu acho que tu fotografaste a maior onda que eu já presenciei aqui, nunca tinha visto esta onda deste tamanho e tão perigosa, olha que eu moro aqui (Macapá) e venho todos os anos trazer a galera varias vezes para surfar, e dar o resgatar depois que eles surfam e tu esta de parabéns irmão, pela tua coragem de arriscar teu equipamento aqui. Só tu mesmo para estar comigo dentro dessa voadeira fazendo isso. Acho que depois tu vai surfar muito 'Dick'. (Chico Pinheiro)

Outro surfista paraense que presenciou esta onda, mora também em Macapá, e hoje em dia faz excursões e surf trips para a pororoca, e foi o responsável por nossa vinda para cá, foi o Stanley Wellington. Stanley saiu de Belém a mais de dez anos atrás e surfava na praia do Atalaia, em Salinópolis, e por falta de opção de surf na cidade de Macapá, começou a surfar a pororoca junto com o Noélio Sobrinho, e não parou mais. Hoje Stanley tem um barco e um flex boat e vai sempre na fase da lua surfar o fenômeno.

- Este dia foi único, nunca tinha visto uma onda deste tamanho quebrar aqui no Araguari, este dia vai ficar na história para sempre. (Stanley Wellington)

Mais um grande surfista paraense, e que hoje mora em Fortaleza no Ceará. Foi um dos precusores do surf na pororoca do Amapá junto com Noélio Sobrinho e Marcelo Bibita, é o Nil Farias. Com mais de cinquenta trips para surfar esta onda, muitas vezes sozinho com o Luisinho. Quando perguntei para o Nil se ele já tinha visto uma onda desse tamanho quebrando com essa força descomunal, ele afirmou.

- Denis, acho que nós vimos a maior onda de pororoca até hoje aqui, neste dia. Fomos abençoados por Deus de estarmos aqui, no lugar certo na hora certa. Tenho absoluta certeza que está foi a maior onda que já quebrou aqui e nós tivemos a maior sorte do mundo de estar aqui surfando e presenciando tudo. (Nil Farias)

O Márcio Pinheiro, primo do Chico Pinheiro é outro profundo conhecedor da região, e que presenciou esta onda, mais infelizmente eu não consegui pegar o seu depoimento. Márcio Pinheiro junto com Sérgio Laus fazem excursões periódicas para a pororoca levando fotógrafos e cinegrafistas do mundo inteiro para registrar o fenômeno.

Bom galera, apesar de todos estes depoimentos, sei o que eu vi, e sei o que se passou naquelas longas horas na frente daquela onda. Sempre pedia para o Chico acelerar sem parar e nos manter numa distância segura, era nosso primeiro dia em busca da onda e eu não queria que acontecesse nada de errado logo no primeiro dia, pois sabia que ainda teriam dois outros dias para surfarmos e fotografarmos o fenômeno.

A pororoca em um primeiro momento, pode entrar com um determinado tamanho em toda a extensão do rio, a medida que ela vai seguindo seu caminho rio acima, contra o fluxo da correnteza que vem vazando, a onda vai cada vez mais ganhando força, volume e tamanho. Quando me dei conta e me deparei com aquela massa d'agua toda vindo em minha direção, apesar de já ter surfado muito esta onda junto com todos os surfistas citados acima, jamais tinha visto uma onda deste tamanho e com uma força descomunal. Parecia querer nos chupar para cima dela e nos engolir.

A fúria da onda na beira do barranco da esquerda era tão grande que eu vi muitas árvores sendo arrancadas por inteiro e arrastadas. Acreditem jamais queiram estar na frente desta onda despreparados e sem noção do perigo, pois apesar de meu vasto conhecimento da onda e do lugar, o medo sempre aflora em meus pensamentos e a qualquer momento e a qualquer vacilo ou descuido, uma pane do motor ou algo parecido pode tornar este dia, o pior dia de sua vida.

Mais este é o preço que temos que pagar para poder surfar a onda mais longa do planeta e acho que uma das mais perigosas também. Espero um dia poder compartilhar com alguns de vocês, o surf nesta onda. Uma vez tendo surfado uma onda como esta, você nunca mais dormirá direito, e terá realizado uma das coisas mais maravilhosas que um surfista possa vir a fazer...surfar uma onda com mais de duas horas de autonomia e que a todo o momento pede de você noções de sobrevivência dentro de um rio escuro e com inúmeros perigos, como cobras, jacarés e piranhas só para citar alguns, sem falar nos galhos paus e a vegetação que se desprende das márgens.

Em meio a tudo isso, depois que você consegue surfar "Á ONDA", você terá que rezar e torcer para que o piloto lhe encontre o mais breve possível, pois quanto mais o tempo passar mais você será arrastado pela correnteza e irá deslocar-se para longe do ponto onde você poderia, ou deveria estar, ficando cada vez mais próximo dos perigos acima citados.

Me sinto realizado, quando estou em busca de uma onda de pororoca, não penso mais em nada, apenas me concentro em fazer boas fotos e depois vou ao seu encontro. Mantenho sempre um diálogo com a onda e com a natureza ao meu redor, peço sempre que me proteja e que eu consiga pelo menos deslizar por um momento em sua parede, momentos estes muitas vezes intermináveis. Surfei a onda em todos os três dias que passei lá. Teve um momento em especial que merece um parágrafo único. No último dia apesar de já ter surfado a onda nos dois dias anteriores, consegui surfar as duas últimas bancadas, depois de ter feito algumas fotos e provei para mim mesmo que era possível, depois que a onda acabasse, voltar para o barco mãe, ou para a casa do Zeca apenas no braço, ou seja na remada, mais está história irei contar para vocês em outra ocasião.

Mais saibam porém que uma coisa fundamental, é contar sempre com um bom resgate nesta região. Nele pode estar implícito o seu sorriso de satisfação e felicidade de surfar aquela onda, e voltar seguro para o barco mãe...

...ou o seu pior pesadelo.

Até semana que vem no Maranhão.

segunda-feira, abril 12

Camaraçu Impressionante, O Leste Dourado































Camaraçu Impressionante, O Leste Dourado. Fotos: Jader Paes. Texto e edição: Denis Sarmanho.

Alex Cavalcante junto com o fotógrafo Jader Paes desbravam pela segunda vez neste ano, as secretas ondas de um distante 'beach break' paraense conhecido como "A Ponta do Camaraçu"

Para chegar ao pico são mais de oito horas de viagem. Porém as ondas impressionam pelo tamanho e pela força, sem falar no visual paradisíaco e alucinante do lugar. Com o ar puro e sem poluição, e uma natureza intacta e selvagem, a viagem é para poucos aventureiros, verdadeiros "surfistas de alma". Logicamente que não existe crowd, e pela distância e a dificuldade do acesso, podemos considerar está região como uma das mais inóspitas e menos visitadas do planeta, com a menor densidade demográfica do país.

Depois de viajar quatro horas de carro com destino ao município paraense conhecido como Augusto Corrêa, logo em seguida mais quatro horas em barco pesqueiro da região, alugado especialmente para a empreitada, Alex e um punhado de surfistas, se deliciaram e exploraram as ondas das duas bancadas mais constantes deste litoral exuberante, desconhecido da grande maioria dos surfistas do Brasil, "Maçarocas e Jambas" (denominação usada pelos surfistas desbravadores da região, que a pedidos dos pescadores nativos não irão fornecer maiores informações de como chegar ao 'beach break').

Depoimento de Alex Cavalcante para o site CRAUD- Apesar do mais estranho inverno equatorial que já presenciei nestas três décadas de surf, as chuvas finalmente começaram a cair no final do mês de março. Finalmente pude investir em mais uma trip para 'Camaraçu', como já venho fazendo a quatro longos anos, meu surf spot preferido aqui no Pará. Em duas investidas intervaladas entre quinze dias, constatei que apesar de nenhum "big swell" ter nos agraciado nestes dois finais de semana, as boas e fortes ondas que rolaram nas bancadas deste inóspito litoral, sempre valem o sacrifício para se chegar ao pico, visto que são necessários quatro horas viajando de carro e mais quatro horas de barco para chegarmos ao destino final. E como das outras vezes anteriores, apesar do difícil acesso, e da acomodação precária nos ranchos de pesca, (é necessário levar desde barraca de camping, alimentação, água e demais equipamentos), vale muito a pena, pois, além de uma “Maçaroca” sempre nervosa botando inclusive alguns surfistas para vomitar, o “Jambas” com sua constância e boa formação, sempre justificam todo esse esforço. Desfrutem agora das imagens do Jader Paes, que apesar de muito boas, ainda não fizeram jus a todo o potencial que o pico nos oferece, e tirem as suas conclusões, sobre o nosso “Leste Dourado”. Valeu e até a próxima trip...
Aloha!!!

Não nos resta dúvidas, que a cada dia que passa mais picos de surf e novas ondas vão sendo descobertas e exploradas ao redor do mundo, e a região Norte do Brasil começa a ser desbravada pelos surfistas paraenses sedentos por ondas grandes. Depois de nós, os paraenses, desmistificarmos os fenômenos das pororocas na Amazônia, que já foi tema de filmes de surf, agora sentimos a necessidade de surfar em ondas de oceano com condições extremas, e com o nosso vasto e extenso litoral, com toda a certeza iremos achar novos picos.

Quem viver verá...

domingo, abril 11

Semana Santa 2010






Chuvas na madrugada fizeram o feriado da Semana Santa bombar perfeitas ondas.

Um bom sweel acompanhado de chuvas esparsas durante a noite deixaram os surfistas do Pará de cabeça feita durante o feriado da Semana Santa.

Surfistas de Belém e de outros lugares e mais os locais de Salinas foram conferir de perto as boas condições dos beach breaks da praia do Atalaia, da praia do Farol Velho e o canto esquerdo da praia do Maçarico.

A seguir você confere na galeria de fotos um pouco do inverno paraense, que neste ano está acontecendo com poucas chuvas no litoral. Ainda teremos mais dois meses, abril e maio, para esperarmos boas ondulações e mais chuvas, que sempre acontecem neste período do ano, produzindo ondas com boa formação e tamanho.

Texto e fotos Denis Sarmanho Craud Photos # www.Craud.net