quinta-feira, setembro 30

Pororoca de Setembro no Maranhão



















Pororoca de Setembro no Maranhão
Auêra auára Galera! já dizia my brother pororocaman Nil Farias* lá do Ceará, que massificou a expressão junto com outro pororoqueiro, o Bibita, diga-se de passagem.

Fui conferir de pertinho ás condições de surf na pororoca de setembro do rio Mearim e me deparei com uma onda show, bem surfável e com parede para manobras. Estavam na barca, o piloto Iran, eu, o Noélio, o 'pracinha', o longboarder Eduardo e os dois 'locales', que ainda estão aprendendo a dropar e 'ainda vão queimar muita lenha'

As bancadas do Curral da Igreja quebraram proporcionando uma diversão boa, coisa que não acontece com frequência nesta época do ano.

A bancada mais extensa e maior, porém um pouco mexida, se manifestou, e os surfistas da barca atacaram a vala. O 'pracinha' levou a melhor, pegou a parede e saiu trocando de borda. O Noélio 'pesado', o Eduardo de long e os dois locais sem 'loção' (risos) ficaram presos na espuma. Sabia que a onda não duraria tanto quanto no inverno, fotografei por alguns segundos, e logo percebi que o surfe deles não ia render muito. Guardei o equipamento e entrei na brincadeira com a minha Jaguara 5'10, depois de tirar a cordinha. Pedi para o Iran me colocar fora do raio de ação de onde estavam os caras se emboletando. Resgate para a galera.

Entrei na onda fácil, pois estava com menos de meio metro e a bancada bem rasa, mais bem divertida e com paredes para cut backs. O equipamento é fundamental, e manter a calma, é mais ainda. Você aproveita a onda por completo e surfa por eternos minutos......vento correndo na cara, sensação de liberdade, cabeça feita como sempre, o 'pracinha' ficou comigo na parede e dividimos a onda, até um certo ponto. Fui resgatado por último, pois quem finaliza a onda sempre vai mais longe.

Depois desta, a bancada mais a frente quebrou outra onda, com menos de meio metro mais  que andou horrores, com um lip tubular e uma vala em pé em direção a margem direita. A onda caminhou por mais de cinco minutos e se desfez na bancada de lama em frentre ao barranco da direita, ninguém se propôs a encará-la enquanto eu fotografava, 1 x 1.

Desci da voadeira no Curral da Igreja e fui de carro para uma bancada onde se tem acesso por dentro de uma fazenda, apelidada de 'bancada do sítio', enquanto que a galera 'pilhada' seguia na voadeira rio adentro. Me posicionei no barranco para fazer as fotos, mais estava muito longe e estava apenas com a minha 'duzentas' na mão, ainda deu para registrar a galera pulando da lancha e atacando o 'filho do Dragão', a onda ficou em pé por uns dois minutos, emparedou e quebrou toda de uma vez, abriu a parede na bancada mais a frente e mais uma vez o pracinha foi o melhor, conseguindo pegar a parede junto com o Eduardo, que mais afoito, se chocou com o 'pracinha' e perdeu o equilíbrio ficando para trás. Essa sessão empatou 2 x 2.  Fiquei no barranco muito injuriado, estava longe para fazer imagens, e o certo mesmo era ter ido surfar a onda.

Depois da onda finalizar em uma das dezenas de curvas do rio do outro lado do barranco, em uma praia de lama, me desloquei para o Barreiro, onde a onda quebra melhor e maior no verão.

Já tinha surfado nesta bancada em outra ocasião, mais a onda que eu presenciei saindo da margem direita um pouco acima do sítio do 'Ladi', foi simplesmente espetacular, a onda deu um baile em todos, e os caras pareciam bodyboards, passaram a seção todinha de peito e só quando já estavam chegando próximo do ponto onde eu estava posicionado, é que os caras resolveram dropar e a onda passou por mim e acabou alguns metro a frente. Se disserem o contrário, tenho registrado toda esta onda do começo ao fim e provo o que eu disse: Placar final 3x2 para a pororoca do Mearim.

No segundo dia só foram eu o Noélio, e os dois locais, sem voadeira, surfar no braço mesmo na 'bancada do sítio'. Apesar de perder a primeira parede, que quebrou magnífica bem a nossa frente, surfei na parede da segunda session, e foi show! Saí instigado do rio e a todo o vapor para tentar surfar a onda do Barreiro desde o começo, pois marquei nas fotos o lugar onde ela começaria a quebrar, mais os outros parceiros fizeram corpo mole e desistiram de ir surfar no Barreiro, achei coisa de 'prego', vibe esquisita, viajar milhares de kilômetros, e não investir na melhor onda, impregnei ainda o Noélio, e por ter que deixar os dois locais na casa deles, chegamos com um minuto de atraso, a onda passou, acredito que foi irada. Depois mostrei a foto do primeiro dia da onda do Barreiro para o Noélio e ele se tocou da mancada. Bem, fazer o que? Assimilar, e não entrar mais neste tipo de roubada

Surfar na pororoca requer equipamento, como já dissera antes, inteligência, agilidade, rapidez, e um punhado de sorte, sem esquecer do respeito pelo pico e pelo outros surfistas.

Quando ás condições não estão grandes e poderosas, surfar na pororoca requer também muita fluidez, não adianta pensar que já se sabe tudo, pois quem manda mesmo é a natureza. Faltou surf...

...e não onda.

Depois rolou muita melancia para a galera, afinal estamos na 'terra da melancia', e da 'pororoca'.

Denis Sarmanho / www.craud.net
Texto e fotos
* Nascido em Bragança as margens do rio Caeté , com mãe nascida em Oriximiná e o pai no Lago Grande do Tapajós. Natural doPará.

Um comentário:

  1. Aí!

    Vamos surfar as ondas de outubro velho!

    Auerauara!

    Eduardo Salomão

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